Bye CG

Não quero me arrepender de nada. Cada minuto vivido em Campina Grande para mim foi válido. Independente de felizes ou tristes, foram momentos marcantes. Digo de toda certeza. Quando fiz a 4° série do ensino fundamental – hoje chamado de quinto ano – escrevi uma redação a pedido da minha “Tia Joana” descrevendo a desgraça que se passava na cidade onde nasci (Patos - PB)devido um longo período sem chuvas que nos obrigou a conviver com um racionamento de água onde só tínhamos esse produto essencial para nossa sobrevivência em um dos sete dias da semana...
Eu era pequena, mas me lembro bem das brigas nas filas dos poços perfurados na cidade, das carroças de burro espalhadas pela cidade carregadas de baldes e botijões, da alegria de cada precipitação de chuva, que logo passava e tirava a esperança dos olhos daqueles que no momento tinham sede.
Eu escrevi a redação, desbanquei todos os que competiram no concurso da quarta até a oitava série do colégio Instituto São José. Foi naquele dia que Tia Joana olhou pra mim e disse: “você devia ser jornalista”.
Eu cultivei esse desejo em mim. Me informei, e descobri que não era a profissão dos sonhos. Eu sofreria preconceito e não teria luxo, mas estaria apta a fazer parte de uma classe que para mudar o mundo, tem a tarefa de abrir os olhos daqueles que não tem a oportunidade de ver...
Eu cresci. Foram quatro anos regados de alegrias acadêmica e tristezas pessoais. Desafios e vitórias que mais pareciam um ventilador, produtor dos ventos que me direcionam a esta nova fase. Um destino de testes, instigante para mim... e também estimulante, por ser um novo desafio.
Talvez não vá deixar saudades em alguns. Vou escutar e também ler muitas piadinhas de deboche de alguns. Porém, pelo que venho escutando nestes últimos dias, graças a meu bom Deus, vou fazer falta.
É importante agradecer a cada um. Eu reconheço a ajuda. Muito obrigada e até logo.

Rafaela Gomes de Oliveira