terça-feira, 1 de novembro de 2011

Caso Monalisa Perrone: Onde está o respeito?



Quando eu assisti pela primeira vez essas imagens, simplesmente ri. Quando assisti pela segunda vez, parei e pensei na minha primeira atitude.



Não é a primeira vez que eu digo que Jornalista tem o teto de vidro. A gente se expõe demais para levar a notícia até você.

Em coberturas de rua, o recomendado é que o repórter e o cinegrafista procurem um lugar alto, para não ficarem e nem deixarem o equipamento da emissora vulnerável a um ataque como esse que o Brasil assistiu ontem. Só que neste caso, que foi bem peculiar, repórter e todo o resto da equipe estavam em um lugar aparentemente calmo, afinal se trata de um hospital.

A profissão de jornalista ficou vulgarizada e fragilizada depois da não obrigatoriedade do diploma. Qualquer pessoa que acredite que tem a capacidade de “falar”, pega um microfone e sai por aí debochando, criticando de forma indiscriminada...

Será que a atitude dos rapazes não é reflexo dessa fragilidade que nossa profissão está vivenciando? Você realmente acredita que o Rafael Bastos do programa CQC, que a Juliana Salimene do Pânico na TV e que a Monalisa Perrone da Rede Globo podem ser classificados como repórteres? Ou cada um no seu lugar? Os três exercem a mesma função na TV Brasileira?

Grande parte das pessoas quando vê um repórter na rua não consegue visualizar um trabalhador em mais um dia de atividade.

Essa grande parte acredita que nós estamos ali para nos divertir e não para trabalhar. Essa mesma grande parte também vê naquilo tudo uma oportunidade de aparecer, seja passando por trás do repórter simulando uma ligação de celular, seja chamando a galera para gritar durante o link ao vivo, seja para... empurrar a repórter e protestar em rede nacional contra ‘não sei o que’.

Conversando com meu chefe e colega de trabalho Wanderley Filho, ele disparou a seguinte frase:

“Nós temos que ser solidários com essa menina. Rir da situação pode estimular as pessoas a tomarem essa mesma atitude com todos os outros repórteres que existem por aí”.

Concordo. Isso pode gerar uma sequência de acontecimentos parecidos.

- Para concluir -

Porém eu penso: Se parte dos repórteres dessa nova geração – os supercritico-humorista, termo que acabei de criar – não respeitam os entrevistados e nem o acontecimento, por que os espectadores iriam nos respeitar?




2 comentários:

  1. Eu acredito que algumas áreas, na qual o jornalismo se incluí, não precisa mesmo de diploma, 4 anos "cabulando" aula e copiando trabalhos não fazem um bom profissional, sou jornalista com diploma, porém, em minha infinita humildade acredito que exista vários jornalista sem certificação com maior competência e credibilidade do que eu. E seria arrogância da minha parte dizer que não. Se até médicos (6 anos de faculdade) é fácil encontrar erros banais, no jornalismo não poderia ser diferente. Acredito que estamos vivendo na era da informação e não se dar conta disso é dar as costas para o futuro. Todas as áreas existem maus profissionais. Independente do certificado.
    Obs: Devo ter a mesma idade que você, se não for mais velho.

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  2. Bem, independente da sua idade, sei o que vivencio no meu dia a dia. A profissão está vulgarizada. No meio onde vivo existem pessoas sem ensino fundamental completo fazendo entrevistas após o fim de um show e perguntando ao cantor da banda:

    - qual a expectativa para o fim do show fulaninho?

    Se você acha que isso é algo admissível... Eu não vou discutir sua opinião. Sei do que vejo todos os dias. E se a faculdade que você cursou não te cobrou o suficiente, para você sai de lá bem preparado, já partimos para outro problema: o sistema defasado.

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