Sempre que chega fim de ano, eu fico angustiada. Lembro de coisas q marcaram minha vida. Lembro das pessoas que já se foram, e por isso choro.
Não é por nada... Não é o “natal”. É essa contagem crescente e ao mesmo tempo decrescente que acontece sempre que o ano vira. E com ela, então, eu sinto que um monte de dias se passaram e que o meu tempo se encurtou um pouco mais.
E o tempo passa, e me pergunto: O que eu vivi? Com quem vivi? Valeu a pena?
As pessoas... Ai, as pessoas. Elas partem de forma repentina, o tempo passa, no início até demora a passar, mas quando você percebe, a contagem infinita já calculou mais de dois, três, quatro ou cinco anos. E as lembranças voltam todas a sua cabeça, só que as imagens já estão meio embaçadas. É tão triste não vê-las com nitidez...
E as que entraram na sua vida, e que pela força desta circunstância dita antes da primeira pontuação presente nesta frase vão ter que sair. É vida... você nos torna distantes. Se iria fazer isso, para que nos apresentou?
Você cria a saudade, transforma num líquido, injeta em nossas veias uma dose bem apurada com uma agulha bem grossa... A ferida da aplicação desse “remédio” fica dolorida. Dói para sempre.
Queria guardar as lembranças numa caixinha, dentro do meu guarda-roupas. De noite, antes de dormir, para garantir bons sonhos, eu abriria a caixinha e iria retirando.
Elas seriam um controle, eu apertaria o botão e, então, começaria um “replay”. Já imaginou?
Abraçar novamente, chorar, gritar, cantar, dançar, rir...
Não dá... Se pudesse ser assim, não seriam lembranças.
Você tem que ser forte e lúcido para manter tudo isso vivo na sua memória. Manter sua mente ativa, como a de uma criança que traça um plano para fugir de casa só de “mentirinha”...
E os planos? Não sei se vão se concretizar... Se a gente tivesse essa certeza, não iria lutar, já que já sabe o futuro. A incerteza nos dá a força para lutar e alcançar o final feliz...
Que ele seja feliz para todos nós. No amor, principalmente, porque o resto não requer tanta sorte, requer esforço!
Rafaela Gomes 22.12.2010
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